“Ó, abre-alas, eu quero passar” …
Após longínquo verão de muito sol e calor, abre-se os portões da passarela do samba em Campos dos Goytacazes/RJ -apoteose, com o estender dos tapetes vermelhos, dando boas vindas em prosa e versos à corte magnifica do Carnaval.
Na terra dos índios Goytacá em que o Carnaval se mantém tradição, já se ouve e comenta a respeito das festividades para os próximos meses, com o esperar de muito brilho, samba, alegria, e aulas de história quando cada bloco e agremiações passam pela passarela do samba.
Carnaval, carnival, carnevale, karnafal, em seus mais diversos idiomas, traduz o momento que todos se depreendem da censura, dos códigos ou padrões que o impeça de simplesmente ser o que se é. Abre-alas para o palhaço, um pierrô, um pirata, uma bruxa, ser aquilo que a imaginação sugere, sem medo de ser feliz. Viva a “democracia das cores”, em que todos se mantém no patamar de igualdade, com o alvoroçar de muitas serpentinas, brilhos, samba, bebidas e sentimentalismo dos carnavais de antigamente nos quais se produziam arte e cultura.
E quando muitas das vezes ouço e vejo com entusiasmo falas dos tempos áureos dos carnavais de Campos nas lições de Nelcimar Pires, Chico de Aguiar e Marcelo Sampaio, por exemplo, período este que nem sonhava em nascer, faz-me lembrar que tal festividade cultuada mundialmente é originariamente pagã, instituída no calendário como uma festa cristã.
Em Campos, não sei até que ponto é vista pelos progressivas e ala radical do catolicismo tradicionalista, tal festividade intitulada “Carnaval fora de época”, cuja moda se prolonga desde os idos de 2009, quebrando por total o protocolo religioso da chamada despedida da carne, já que a partir da quarta-feira de cinzas deve-se, segundo os preceitos religiosos, fazer jejum e penitências, período chamado de Quaresma e que antecede a Páscoa.
O fato é que após muitas insistências dos tidos “fazedores de cultura”, está aí o início das festividades, abrindo alas para todos passarem em ritmo e harmonia, sem distinção de peles, gêneros, raças, etnias, olhares, orientações, pulando e brincando como se o mundo fosse acabar, formando o verdadeiro “balacobaco” do Carnaval que transcende nossa rotina diária.
Afinal, já estamos em clima de samba, é melhor seguir as lições de Dona Ivone Lara, “pisando neste chão devagarinho” em clima de paz, felicidade, alegria, união, samba no pé, com a mesma paixão e fervor do Carnaval. É um recarregar das baterias para nos deixar abastecidos para os próximos meses.
Rafael Gama, entusiasta do Carnaval.
4 comentários
Parabéns pelo texto bem construído, trazendo-nos reverências ao Carnaval.. essa grande festa popular..onde se mistura tudo..amor é ódio (rs) fantasias e realidades..cores..brilhos..alegria
e nunca tristeza…siga na fé. Seu olhar traduz
Parabéns meu lindo!👏👏👏👏 Vc arrasa sempre 👏👏👏👏👏 Muito orgulhosa de vc❤️❤️❤️ Vc deveria escrever vários livros. Vc precisa ser estudado pela nasa. Amo-te ❤️❤️❤️❤️ Sucesso sempre e que Deus continue te abençoando 🙏🙌 Sou sua fã ❤️❤️❤️❤️
Parabéns Rafael pela bela abordagem do Carnaval no seu texto. Adorei😊 Carnaval com contexto e alegria 😊😘
Arrasando como sempre. Nesta área fiquei surpresa pois não sabia de suas outras habilidades. Mas desde já lhe parabenizo!!!!!