Entre sambas e reflexões: O enredo carnavalesco como agente educativo na militância pela construção de uma cultura de paz
Nota da Semana
Nos últimos dias a previsão de chuvas torrenciais para o Estado do Rio de Janeiro e outros da região Sudeste fez com que autoridades e veículos de comunicação emitissem alertas à população para a necessidade de atenção redobrada e cuidados imediatos. Isso fez-me refletir sobre a urgente necessidade de voltarmos nossas práticas, individuais e coletivas, para a adoção de atitudes que favoreçam o equilíbrio ecológico e cuidados com o meio ambiente. Mas, esse é um assunto para outra pauta a ser desenvolvida em breve. Por ora, provoco a seguinte inquietação: Como nossas práticas têm impactado sobre a geração que deixaremos para o planeta?
“Fantasias Textuais”
Ela,
Abriu os olhos preguiçosos
Lembrou que hoje é domingo
Ouviu o barulho lá fora
Da chuva fina caindo
Despertou os aguçados sentidos
Arrepiou a pele de pantera
Cobriu-a de um chemise branco
E vestiu um colar madrepérola
Ela,
Abriu a janela do aposento
Entregou-se ao prazer sem pudores
Embrenhou-se num coito perfeito
Namorando a chuva e as flores
Saboreou o aroma e o gosto
Composto em seu café matinal
Tomando suco de uva
Degustando pão integral
Ela,
A mulher gozando na janela
A senhora do próprio destino
Amiga da chuva e das flores
Amante do fogo e do vinho
Aquela que se entrega ao desatino
Como diria Caetano
A verdadeira “dona do Carnaval”.
“Ela”, Eliane Gentile, 3 de abril, Outono de 2022.