“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”
Celebramos com toda igreja e mundo cristão, a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém no dia que conhecemos como o Domingo de Ramos, o domingo antes da crucificação, em que o povo com folhas de oliveiras nas mãos, aclamava o “Rei dos Judeus”, exclamava “Hosana ao Filho de Davi”, “Salve o Messias”, iniciando a peregrinação que o condenou à morte.
A figura deste homem crucificado cultuada nas artes por cristãos no mundo, retrata a figura de Cristo como um homem branco, barbudo, de longos cabelos castanhos claros e olhos azuis, que surgiu como pregador no deserto da prática do bem, do amor, e possuía a ideia de libertação social, sendo uma das causas que o levaria a ser julgado pelo povo entre o ano 30 d.C. e 33 d.C, por receio dos sacerdotes da lei perderem o seu status de poder sobre aquela pequena cidade.
Pelo que se sabe dos manuais, Cristo foi julgado sob a legislação do povo judeu regida por 3 sistemas legais: O Talmude (ensinamentos passados oralmente de pai para filho); a Torá (ou Pentateuco, primeiro cinco livros da Bíblia); e as Misnahs (súmulas editadas pelo Sinédrio, a Suprema Corte do povo judeu). Na dialética dos dias atuais, e ótica do direito brasileiro, é possível compreender que o Messias se sentou no banco dos réus sendo julgado pelo Direito Penal do autor, e não do fato supostamente praticado.
Afinal, qual o crime teoricamente praticado? Heresia? Blasfêmia? A resposta é NÃO. Jesus não é julgado por ser um criminoso ou por ser um herege, mas sim por ser uma pessoa humilde, do povo, que teria vindo para libertar o mundo com a pregação do amor e a misericórdia entre as pessoas, condenado pelo próprio povo de Deus que ali se encontrava.
Desperta certa atenção na data de hoje e muito entrelaçada ao dia a dia, a célere passagem já muito conhecida que na Páscoa dos judeus, Pilatos costumava soltar um dos presos, a pedido do povo. Naquela ocasião em que Jesus foi apresentado como prisioneiro, havia ali um homem muito conhecido, chamado Barrabás. Então, quando a multidão se reuniu, Pilatos perguntou: “Quem é que vocês querem que eu solte: Barrabás ou este Jesus, que é chamado de Messias?” e o POVO DE DEUS em alto e bom tom disseram: “Barrabás!”. O que faço com este homem? Crucifica-o”.
Tal passagem bíblica nos remete a reflexão, e muito viva nos dias de hoje, sobretudo nesta Sexta-Feira Santa- que recordamos ao mistério da crucificação de Cristo, em que somos obrigados a conviver com os falsos cristãos, fariseus hipócritas, povo de Deus. Há cristãos verdadeiros e os que se dizem cristãos, com bíblica embaixo do braço, surtos e gritos pelas ruas da cidade buscando conversão de almas, pregadores que destroem lares, além da quantidade incessante de igrejas que se abre pela cidade, começando nas garagens de casa, aos altos templos para arrecadação.
É preciso um olhar atento aos bons samaritanos que prega usando o nome de Cristo, Igreja, na crendice de que já estão com suas almas salvas para Deus e os adeptos de sua religião. Infelizmente, o mundo está cheio desses religiosos radicais e exclusivistas. Portanto, não é por crermos ou deixarmos de crer em alguma doutrina que seremos julgados. O que se vê nesses fanáticos religiosos, que acham que só as suas crenças salvam, é mesmo a ausência total de amor e desconhecimento, de tão irracionais, chegam a serem ridículos, o que me paira dúvidas se esse povo tido como bons cristãos ou terrivelmente evangélicos, como muito fervor em prol dos interesses pessoais, não gritariam em público – para multidão HOJE “crucifica este homem”.
Há muito “povo de Deus” disfarçado dentro das igrejas, nos locais de trabalho, dentro do próprio lar, que se considera cristão só pelo rótulo de certas crenças ou determinada religião, contrários ao edifício doutrinário de CRISTO que é o amor, a prática da caridade, fraternidade, destoando a vivência do seu Evangelho, sendo na verdade um verdadeiro falso cristão.
No entanto, enriquecidos nesta longa preparação quaresmal em que refletimos atos, atitudes, o verdadeiro significado do amor e da generosidade, a nossa própria existência, deve-se prevalecer os bons sentimentos para prática do amor e do bem, na certeza de que a salvação independe de templo religiosos, pregações avulsas, sendo bons promotores da vida, desde a concepção até a morte natural, mostrando verdadeiros cristãos preocupados com a eliminação ou diminuição da miséria, da fome, da violência, do preconceito, da intolerância e da corrupção.
Boa Páscoa a todos!
Rafael Gama, entusiasta do Carnaval.
2 comentários
Parabéns meu lindo! Vc arrasa sempre 👏👏👏👏 Desejo uma Páscoa maravilhosa pra vc! Amo-te ❤️❤️❤️❤️❤️
👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Muito bem escrito Rafael. Feliz Páscoa e que a mensagem de Cristo desde o seu nascimento até a sua ressurreição esteja viva no coração e nas atitudes dos homens: AMOR e PERDÃO ❤️😘