“O CANTO DA SEREIA”
Chegando quase à segunda década do século XXI, a cobiçada planície goitacá ainda permanece muito viva nas intenções dos políticos da região, seja pelo seu atrativo contingente populacional – reduto eleitoral, ou pela inusitada riqueza petrolífera de nossa terra já descoberta há tempo pelo importante geólogo, Alberto Lamego Filho, em seu livro “O homem e a restinga”, e a “A Bacia de Campos na Geologia Litorânea do Petróleo”.
É sabido que nossa região é caracterizada por praias, lagoas, córregos, dentre elas o conhecido litoral do Farol de São Thomé muito visitado por campistas, veranistas, e políticos locais, cujos moradores já anunciam o aparecimento de um corpo, de cabelos longos e a delicadeza de uma mulher transfigurando-se em metade peixe, entoando o conhecido “Canto da Sereia”, atraindo muitos eleitores que ali presenciam essa cena, dando suas primeiras aparições neste território, jamais visitado anteriormente, já que é conhecida pela mitologia e ditos populares por sua atração em outros tipos de mares.
Se é lenda ou expressão popular “História para Boi Dormir” o fato é que fora vista nas águas petrolíferas da praia campista. Por ora, é desconhecido pela literatura local o aparecimento em algum momento da história, desse ser mitológico, sendo talvez coisas da imaginação ou cheiro de política no ar.
Pelo que se vê e ouve, não só “Sereia” nada pelo mar do Farol, mas também, ultimamente o aparecimento de “Botos” nas lagoas de água parada, que faz relembrar o filme “Ele, o boto”, exibido em 1987, tempo que nem imagina nascer. Afinal das contas, o que é que tem nas águas de Campos que atraem no ano eleitoral tantas lendas? São seres aventureiros que nadam para “brincar de ser político” aumentando cada vez mais o ânimo entre oposição e base governista.
Não bastasse, o palácio Tiradentes no Rio de Janeiro, sede da Assembleia Legislativa, tem se tornado um verdadeiro aquário de “peixes fora d’água”, com muitos visitantes de Campos que são recebidos pelos cardumes que ali habitam, para os “trambiques” e toda sincronia entre eles, com recentes escândalos de peixes que pulam fora d’água.
Pois bem, ser político hoje tornou-se uma profissão de fácil entrada, tão quanto nadar em mares e lagoas, gerando descrédito por parte de instituições públicas, partidos políticos e lideranças tradicionais, conduzido à expressões de descontentamento dos cidadãos com a política. Em Campos é possível observar que o atual governo – é muito atrativo, pela marca Record de trabalhos desenvolvidos, obras concluídas, programas sociais voltados a todo público, mostrando um município de “casa arrumada”, jamais visto nos últimos 04 (quatro) anos, que certamente, gera uma série de desconfortos aos inúmeros pretendentes que se laçam a “brincar de ser político”.
Nesse sentindo, compreendendo e muito as belezas da democracia como um processo que envolve a possibilidade de participação dos cidadãos nas decisões, bem como a manutenção das democracias ocorre por meio da participação ativa de seus cidadãos na esfera pública, com elevado conhecimento e por um sentido de responsabilidade cívica, ingredientes indispensáveis à democracia, que tem passado da validade nos últimos anos.
Da mistura de ambos, extrai-se a liberdade de expressão e suprime-se a violência. Em uma cidade dividida ideologicamente como Campos, inverteu-se a lógica. Ignorou-se o princípio do respeito e da civilidade, para privilegiar a violência institucional. O diálogo perdeu espaço para a agressividade, como se assim fosse possível construir consensos, com típicos desentendimentos grotescos entre vereadores em ato de total desrespeito ao chefe do executivo, que se mostram incompatíveis com o chamado “decoro parlamentar”, sem freios pela comissão de ética.
Os conflitos entre os vereadores buscando o enfraquecimento do governo, com cenas deprimentes, revelam-se exemplos inadmissíveis. Prestam-se apenas para incitar camadas da sociedade a reproduzir mais violência, como o episódio de 8 de janeiro. A história, não muito recente, mostrou que esse caminho foi um dos mais tortuosos para o país, com reflexos em nossa cidade.
Enfim, política se faz com respeito, diálogo, cooperação e CIVILIDADE, sem guerra, sem luta, cujo atual chefe do executivo tem ótima formação acadêmica para lecionar aos alunos que surgem como “Sereia” e “Botos” por aí brincando de ser político, refletindo muito o provérbio árabe: “os cães ladram e a caravana passa”, mostrando que se deve ignorar as provocações que possam impedir o progresso e esquecer críticas que não sejam construtivas.
Deixa o prefeito trabalhar e um beijo no coração.
Rafael Gama, entusiasta do Carnaval.