CONEXÃO DO AMOR
Tudo parece em estágio de paz. Sento-me à rede. Ouço Vinicius e Roberto, e vejo a vida levemente nos testando nesta noite de sexta feira. A noite vai ser longa, daqui olhando para as estrelas que brilham lá em cima. Eu quero falar de amor. Falar desta formidável energia cósmica e poderosa do ser humano que a distingue de todos os outros seres vivos. Muitos tentam definir, muitos querem sentir, poucos tem o privilégio de realmente entender o que isso significa!
Ah, como o Amor é bobo! Até o grande escritor português de todos os tempos, Luís Vaz de Camões, já escreveu sobre o Amor traduzindo como “fogo que arde sem se ver, ferida que dói, e não se sente”. Esse amor é conexão, balança, mas não destrói, arde, cicatriza, ensina, e como diz Alcione “envenena”.
Amor certamente é a mais profunda celebração dos relacionamentos entre os seres humanos. Expressa o caráter de conexão uns dos outros, seja através do diálogo como manifestação lúcida do amor, na acolhida, na busca do entendimento do outro, na sintonia inteira de corpo vivo a dançar na vibração da voz.
Do ponto de vista filosófico, é comum classificar o Amor em três variações, conforme as definições gregas, séculos antes de Cristo: eros, philia e ágape. “Eros é o amor sensual entre duas pessoas. Philia é o amor dos amigos. E ágape é mais gratuito, um amor materno ou paterno, divino, numa dimensão transcendental”. Colocando essas três dimensões do amor na nossa realidade, percebemos essas manifestações porque nos completam, edificam e impulsionam.
Aliás, diga -se de passagem que já estamos no Mês de Maio, mês que toca nosso coração e por vários motivos: é o mês em que celebramos o Dia das Mães, O Amor, e entre todas elas, aquela que é a mãe de Deus, a venerável Virgem Maria.
Em especial, como forma de transbordo, exemplo do Amor de Mãe, alegra-me a notícia do nascimento de Antonella, neta de Leila Barbosa, minha amiga, muito “paparicada” entre sua mãe e seus avós, mostrando as belezas do amor em todas as mulheres que assumem e vivem com dedicação e responsabilidade sua vocação materna, tornando sensíveis, inabaláveis de todas as “rochas” e a mais invencível do que qualquer “leoa” a proteger seu filhote. Essa é a graça da maternidade: a de não ser indiferente. Lógico, para aquelas que verdadeiramente sabe SER MÃE.
Por aí vai…. bailando e relembrando ousados como Rita Lee, que definiu o Amor sendo muito mais do que abraços e beijinhos e carinhos, é invasivo, penetrante, mais que poesia – é aventuras de carnaval, considerando justa toda forma de Amor e Amar, distante de qualquer preconceito, longe de todos os estereótipos preconcebidos, vivendo dignamente com igualdade e respeito, rumo a sociedade mais inclusiva, mais justa e mais feliz.
Por fim, jamais esquecido, o amor ao próximo é um tema central nos ensinamentos de Jesus Cristo, manifestado como “mandamento de Deus”, ensinando-nos o verdadeiro discipulado que é o Amor, compassivos a amar a Deus acima de tudo, demonstrando bondade e respeito a todas as pessoas que encontramos, sempre procurando o amor viver.
Rafael Gama, entusiasta do Carnaval.